REPRESENTAÇÃO E PROCESSAMENTO DO ACENTO PRIMÁRIO DE PALAVRA DO PORTUGUÊS BRASILEIRO
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Transcrição do áudio de descrição do painel
Você já percebeu que é difícil pronunciar uma palavra que não conhecemos? E se essa palavra não tem acento gráfico na escrita, fica difícil de saber qual é a sílaba tônica, né? Aquela sílaba mais forte da palavra, sabe? Pois é...saber como a sílaba tônica das palavras do português brasileiro são representadas no nosso cérebro e como são processadas na percepção e na produção de palavras é o interesse principal dessa pesquisa. De agora em diante chamaremos essa sílaba mais forte, a sílaba tônica de acento primário ou só acento. Sabia que mesmo quando os idiomas não apresentam o acento na palavra escrita, falantes monolíngues são capazes de pronunciar a palavra com o acento correto em seu idioma nativo durante a leitura? Como isso acontece? São diversos fatores que podem influenciar nosso cérebro na representação e no processamento do acento, tais como frequência de palavra, etc.
Um exemplo são as palavras paroxítonas que são mais frequentes no português brasileiro, essa ocorrência maior faz com que as palavras paroxítonas sejam reconhecidas mais rápido do que palavras oxítonas e proparoxítonas. Os objetivos desse projeto são: investigar a representação e processamento do acento de palavra do português brasileiro e testar se os fatores controlados e aleatórios são relevantes para a representação e processamento do acento. A metodologia consiste em experimentos de nomeação de palavras individuais e isoladas. Participarão desses experimentos estudantes da UFScar, homens e mulheres, falantes monolíngues do português brasileiro.
Serão três experimentos em que serão testadas as hipóteses da influência das frequências, como o exemplo que já vimos da frequência das paroxítonas, a influência do tamanho das palavras, a posição silábica do acento e a influência dos sufixos. Os fatores que serão resultados dos experimentos propostos são: (i) acurácia (erros e acertos na atribuição do acento; (ii) padrões acentuais dos erros; (iii) tempo de latência à nomeação de palavras.
O modelo mais adequado para a análise dos resultados será o linear de efeito misto, prevendo fatores controlados como a frequência lexical, a densidade de vizinhança lexical que se trata de palavras semelhantes influenciando o seu reconhecimento e processamento, como por exemplo, a palavra “cabelo” tem muitos vizinhos lexicais, como “cabeça”, “cabide”, “caboclo” e outro fator que será considerado é a densidade de vizinhança da primeira sílaba da palavra. Há também a influência de fatores aleatórios na análise de resultados como, diferenças individuais de comportamento dos participantes e características individuais não controladas de palavras-estímulo. Este projeto, portanto, traz uma proposta em uma área nova e interdisciplinar da Linguística para a UFSCar, que é a Psicolinguística Experimental, fazendo interface com as áreas já mais estabelecidas nos grupos de pesquisa da UFSCar e do Brasil, como a Fonética Experimental e a Fonologia.